Neabi promove reflexão sobre racismo recreativo e equidade racial no acolhimento de novos alunos

A atividade ocorreu durante as atividades de acolhimento dos novos alunos.

De acordo com o coordenador do curso técnico integrado ao ensino médio em mecânica, membro do Neabi e responsável pela atividade, Prof. Wesley Nascimento, a ação já faz parte do acolhimento do Neabi aos novos alunos há três anos.

Para o professor, falar sobre racismo recreativo  para alunos ingressantes do ensino médio é de suma importância por diversas razões. “Primeiramente, porque os alunos chegam no Instituto sem conhecer os colegas e uma das formas que eles enxergam de inserção nas turmas, é fazer piadas com o colega de sala. Segundo, porque o Instituto Federal têm um papel fundamental na formação de cidadãos críticos e conscientes. Ao educar os jovens sobre esses temas, estamos ajudando a construir um futuro onde todos tenham as mesmas oportunidades, independentemente de sua origem étnica”, destaca.

Durante a atividade, foi discutido o conceito de “racismo recreativo”, termo cunhado pelo autor Adilson Moreira. Segundo ele, trata-se de uma estratégia de dominação que mantém desigualdades raciais ao utilizar o humor como ferramenta para expressar e disfarçar hostilidades raciais. A abordagem evidencia como piadas e estereótipos podem reforçar relações assimétricas de poder entre diferentes grupos raciais, tornando o preconceito mais sutil, porém igualmente prejudicial.

O debate ressaltou como o racismo se expressa por meio de ideias e ações discriminatórias que reforçam a supremacia de determinados grupos étnico-raciais sobre outros, sustentando um sistema de privilégios. Além disso, foram abordadas formas de combate a essas desigualdades, destacando a necessidade de mudanças estruturais para a promoção da equidade racial.

No encerramento da atividade, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer as normas do regulamento disciplinar discente do IFSP relacionadas a ações racistas. Foi destacado que tais condutas estão sujeitas a sanções, que podem incluir, em casos mais graves, o cancelamento compulsório da matrícula. A iniciativa reforça a importância do combate ao racismo no ambiente acadêmico e a necessidade de um compromisso institucional com a promoção da igualdade e do respeito.